Criança e tecnologia: como estipular limites?

01 out
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Não é de hoje que a combinação criança e tecnologia preocupa os pais. No entanto, se antes era preciso regular o tempo em frente a TV e administrar a paixão pelo videogame, hoje, o perigo está muito mais presente e acessível nas telas dos tablets e celulares.

Por outro lado, a tecnologia está presente em todas as áreas da vida. Ela impacta a forma como as pessoas se relacionam, estudam, trabalham, fazem compras e se informam. Se, para a geração dos pais, isso tudo é resultado de uma transformação gradativa, para os filhos, trata-se da realidade que eles conhecem desde sempre.

Por isso, é tão importante que se reflita sobre a relação entre criança e tecnologia e que se estabeleça limites quando ao seu uso. Confira nossas dicas de como torná-la uma aliada no post de hoje!

Qual a idade certa para começar?

Uma das questões que mais preocupam médicos, pais e educadores é que os bebês estão tendo acesso à tecnologia cada vez mais cedo. Até pelo exemplo das mães, que estão constantemente com o celular na mão. É natural que, com poucos meses, o bebê já se interesse por aquele objeto luminoso e barulhento que a mamãe gosta tanto, não é mesmo?

Segundo as últimas orientações da Academia Americana de Pediatria (APA), a orientação que antes era de não permitir telas antes dos 2 anos, agora, passa a ser aos 18 meses, mas vale dizer que a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) mantém o limite em dois anos.

Ambas sugerem que o uso deva ocorrer com a supervisão dos pais. Isso significa que a televisão, o tablet ou o celular devem ser usados como ferramentas para estimular e distrair o pequeno na presença de um adulto e não o contrário.

Ou seja, é preciso interagir com ele enquanto usa o eletrônico. Vale cantar junto, dançar, imitar o som dos bichos que aparecem e fazer os gestos complementando as informações por meio de estímulos concretos. Deixar a criança sozinha em frente ao aparelho é que não é legal. Sem capacidade para decifrar o conteúdo, ela ficará apenas hipnotizada pelo excesso de estímulos.

Como criar regras e limites?

Já para os mini-internautas, entre 3 e 5 anos, temos que admitir que o uso de eletrônicos faz parte do dia a dia.  Melhor do que proibir, é regular.

A presença da tecnologia é uma realidade para todos nós, inclusive para as crianças. Por isso, o ideal é estabelecer regras para sua utilização. Assim como em outras questões, ensinar limites é importante. Eles precisam ser claros e previamente combinados, evitando os confrontos diários. Vamos lá!

Limitando o tempo

Ainda de acordo com as recomendações da APA e da SBP, o tempo de exposição à tela não deve ultrapassar 1 hora por dia.

Nesse sentido, é essencial oferecer outras opções à criança, como permitir que ela brinque ao ar livre pelo mesmo tempo, incentivar outras atividades como desenhar, montar quebra-cabeças e brincar.

Estabelecendo dias e horários

Quanto à frequência, deve ser personalizada de acordo com a rotina de cada família. Vale lembrar que outras atividades devem estar presentes no dia a dia da criança, em maior proporção ao uso de eletrônicos.

Há quem opte por liberar somente aos fins de semana ou quem prefira permitir durante a semana de acordo com a necessidade. Porém, é importante lembrar que deve-se evitar o uso à noite, próximo à hora de dormir, pois a luz azulada emitida pelos aparelhos inibe a produção de melatonina, interferindo no sono.

Controlando o conteúdo

Além de controlar quantitativamente a exposição, é preciso avaliar a qualidade do que seu filho assiste. Existem uma série de filtros e sistemas de segurança on-line que bloqueiam conteúdo impróprio e permitem aos pais determinar limites para o que pode ou não ser visto.

No entanto, ainda assim, é fundamental observá-los enquanto usam os tablets e smartphones. Jogos violentos, desafios que incitam brincadeiras perigosas, canais que estimulam o consumismo, entre outras pegadinhas, não faltam na rede.

Vale criar uma regra para uso das telas somente em áreas de convivência comum da casa, nunca sozinhos no quarto.

Como fazer da tecnologia uma aliada?

Além dos limites concretos estabelecidos e das regras combinadas, há uma série de boas práticas a serem adotadas. Atitudes que podem favorecer a relação entre criança e tecnologia, potencializando seus benefícios e minimizando os riscos.

Dicas

  • garanta que na rotina haja tempo de convivência familiar sem a presença de um celular ou tablet por perto;
  • dê o exemplo, as regras devem valer para todos. Ainda que os limites sejam diferentes, mães, pais e filhos mais velhos também devem controlar o uso de eletrônicos;
  • tenha jogos e brinquedos simples à mão, que estimulem a criatividade e despertem o interesse tanto quanto os games;
  • relembre as brincadeiras de sua infância como “pedra, papel e tesoura”, “adedanha”, “o que é o que é?” e tantas outras. Elas podem ser úteis no carro, no restaurante, na sala de espera do consultório etc;
  • envolva a criança nas suas atividades. Se ela ficou assistindo TV enquanto você preparava o jantar, chame-a para te ajudar a colocar a mesa, aproveitando para desligar o desenho nessa hora;
  • postergue ao máximo o problema. Antes dos 7 anos, pelo menos, permita que a criança use o seu celular, mas não dê um exclusivo para ela. Assim será mais fácil controlar, até que ela tenha maturidade para entender os limites.

Como sempre, em se tratando de criança e tecnologia, o que vale é o bom senso e o equilíbrio. É natural que elas queiram sempre mais. Esse é o mundo em que elas nasceram. Cabe a nós mostrar que há vida real fora das telas e que jogar dominó, olhar a paisagem na estrada, conversar no restaurante e correr na praça também pode ser muito divertido.

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