Um dia aquele bebê risonho e amável escuta um não e é o suficiente para uma cena digna de um Oscar. Pois é, birra de criança é carregada no drama e, dependendo do local em que acontece e da intensidade, deixa os pais sem saber como agir.
Ao contrário do que a maioria de nós pensamos até passarmos pela experiência, esse comportamento não tem necessariamente a ver com mal criação e nem é culpa dos pais. Tudo isso é inerente ao desenvolvimento da criança e tem a ver com o fato dela não saber lidar com suas emoções, como a frustração.
O que não significa que os pais devam simplesmente deixar passar. É preciso saber lidar com essa fase, tanto para amenizar os conflitos quanto para ensiná-los a ter controle emocional.
Pensando nisso, o post de hoje fala traz algumas explicações e dicas para lidar com a birra infantil. Confira!
Afinal, por que ela acontece? E quando?
O fato é que uma criança pequena é como um caldeirão de emoções em ebulição. Quando elas surgem, a criança, que não tem ainda habilidade para se expressar e nem para lidar com elas, manifesta-se de maneira muito intensa.
Isso acontece também com as emoções positivas, como quando uma criança pula, ri e grita de felicidade, beija, abraça ou mesmo tagarela sem parar. No caso da bira, tratam-se de sensações negativas, motivadas principalmente pela frustração.
Além disso, nessa idade eles passam por uma fase egocêntrica e têm dificuldades em respeitar o espaço e a vontade do outro, bem como de compartilhar brinquedos e ceder.
Nós, adultos, quando passamos por algo semelhante, acionamos mecanismos de controle emocional, que ainda não foram desenvolvidos pelos pequenos. Assim, eles manifestam a raiva, tristeza e mágoa com grande intensidade e até violência, se jogando no chão, berrando e esperneando.
Essa fase dura, em média, dos 18 meses aos 4 anos e vai mudando um pouco de características de acordo com o desenvolvimento emocional e cognitivo da criança. Após os 6 anos, eles já tem a capacidade de compreender melhor as situações e, mesmo podendo ter um ataque temperamental aqui ou ali, não é mais uma crise de birra característica.
Como lidar com a birra de criança?
A frequência, intensidade e duração dessa fase varia muito de uma criança para outra, mas de maneira geral, ela faz parte do desenvolvimento infantil. Trata-se de um processo natural do ser humano e a criança não deve ser rotulada como mal educada e nem os pais devem se sentir culpados por isso.
No entanto, a forma como lidamos com as crises faz toda a diferença para que esse comportamento não se perpetue. Por isso, separamos aqui algumas dicas.
Para evitar a crise
Como dissemos, é um comportamento natural da idade, porém, os pais podem lançar mão de algumas estratégias para evitar a fadiga.
Entre 1 e 2 anos, as situações de conflito serão diárias, ou seja, por muitas vezes será preciso negar alguma coisa a criança, um brinquedo, um comportamento, uma comida, uma vontade, enfim, ela vai querer tudo e os pais terão de impor os limites saudáveis e seguros.
Assim, é importante não entrar em todas as batalhas. Primeiro, identifique as situações que você pode evitar, por exemplo, levá-la ao supermercado ou a uma loja de brinquedo, onde os estímulos são tentadores demais. Outra tática é procurar distrair a criança com uma novidade antes de precisar dizer o não.
Segundo: defina quais desejos você pode atender. Por exemplo, avise sobre a hora de ir embora com certa antecedência para poder deixá-la brincar mais um pouco quando ela pedir.
Por fim, talvez o mais importante, evite o sono e a fome. Quando pequenos, esses dois fatores são os maiores causadores das birras, aumentando muito a tendência a um ataque, por tudo e por nada. Crie uma rotina e respeite o tempo de eles. Ir fazer compras com uma criança caindo de sono é problema na certa.
Durante o ataque
Mesmo com todos os cuidados, algumas crises serão inevitáveis, portanto, é preciso saber como agir no meio de um ataque de birra, seja em público ou em casa. O castigo nem sempre é a melhor saída, especialmente no caso dos menores. Seguem algumas dicas:
- embora você deva escolher suas batalhas, quando optar pela negativa vá até o fim;
- converse com a criança, abaixando-se na altura dela e falando em tom calmo e firme qual a regra e porque tem que ser assim;
- dê espaço a ela. Se estiver em um local público, como um parquinho, é válido afastar a criança do local, não como um castigo, mas para que ela respire e se acalme;
- acolha os sentimentos da criança. É essencial que ela perceba que não está errada em sentir, mas sim em se manifestar daquela maneira. Diga que entende que ela esteja frustrada, mas que não é gritando ou batendo que as coisas vão melhorar;
- abrace seu filho. O carinho físico ajuda não só a conter a expansão física, comum no ataque, como pode acalmá-lo e faz parte do acolhimento;
- entenda que acolher e ceder são duas atitudes completamente diferentes. É preciso ser firme no não, porém, não tem necessidade de mandar a criança engolir o choro. Percebeu a diferença?
- dê nome ao que ela sente. Dizer para a criança que ela está irritada, cansada, brava ou frustrada ajudará ela a identificar as suas emoções para, no futuro, aprender a lidar com elas.
Além disso, algumas atitudes no dia a dia podem aliviar a tensão e prevenir a birra. O livre brincar e a atenção dos pais ajudam a criança a gastar energia e se sentir segura. Por isso, quando perceber que seu filho está irritado, talvez seja a hora de largar tudo e sentar um pouco pra brincar ou levá-lo para o ar livre.
Outro ponto é a rotina, a previsibilidade transmite segurança para eles, que passam a saber exatamente o que vem depois. À medida que eles crescem, é importante conversar com eles e dizer exatamente o que vamos fazer e como esperamos que eles se comportem.
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