Criança enjoada para comer: o que fazer?

25 fev
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Sabe aquela criança da propaganda que se joga no chão pedindo brócolis? Pois é, toda mãe sonha com um filho que coma de tudo, especialmente comidas saudáveis. Mas a verdade é que o menino do comercial é mesmo uma exceção e existe muita criança enjoada para comer por aí.

O problema é bem maior do que rejeitar legumes e verduras. A seletividade alimentar faz com que a criança implique com a textura dos alimentos, aparência da comida, presença de temperos, cheiro, entre outras coisas.

Elas costumam se restringir a uma pequena lista de opções, mesmo quando se trata de guloseimas. Não como isso, não gosto daquilo, o padrão seletivo vai se estabelecendo aos poucos, em geral entre os 2 e 5 anos, e a falta de apetite do pequeno acaba afetando a vida familiar.

Além de ser difícil para as mães variar o cardápio e oferecer uma alimentação equilibrada, as refeições fora de casa passam a ser um transtorno, sendo difícil encontrar alimentos que eles gostem mesmo nas festinhas.

Por isso, no post de hoje vamos dar algumas dicas de como lidar com uma criança enjoada para comer. Confira!

Identifique o perfil de seletividade

Grande parte das crianças são seletivas quanto aos alimentos, em maior ou menor grau. A criança tida como enjoada para comer é aquela que tem pouco apetite, recusa diversos alimentos e tem pouco interesse pela comida.

Além disso, ela costuma ter resistência em experimentar coisas novas. É preciso observar de perto o comportamento da criança para entender qual o perfil de seletividade apresentado.

Exitem crianças que mudam suas preferências alimentares constantemente, recusando os alimentos com base no paladar, que ainda está em formação nessa fase. Porém, há aquelas que apresentem aversão alimentar sensorial.

Nesse caso, a criança sensível sente repulsa pelos alimentos, seja pela textura, cheiro ou aparência. Esse tipo de seletividade costuma apresentar, por exemplo, preferência por alimentos secos e aversão aos molhados, como sopas, purês e molhos.

Incentive a criança a criar o diário das emoções alimentares

Para facilitar na identificação do perfil, vale a pena incentivar seu filho a fazer um diário de emoções alimentares. Ele pode desenhar a comida e ao lado representar a sensação que teve ao comer com uma carinha — nojo, raiva, angústia, tristeza.

Em vez de perguntar se ele gostou ou não, peça que ela descreva a comida usando as características do alimento, como temperatura, sabor e textura. Ele pode dizer se achou gelado, azedo, cremoso, quentinho, crocante ou salgadinho. Isso vai ajudá-lo a desenvolver os sentidos e você poderá conhecer melhor o seu paladar.

Introduza novos alimentos gradativamente

Após identificar o perfil de seletividade e conhecer melhor o paladar do seu filho, é hora de começar, aos poucos, a introduzir novos alimentos.

As partir das texturas e sabores preferidos pela criança, procure outras opções com características semelhantes para oferecer a ela. Comece devagar, com um alimento novo por vez. Outra dica importante é prestar atenção na forma de preparo. Se o perfil da criança for o seco, não adianta tentar que ela experimente legumes novos em forma de purê. Prefira chips assados, por exemplo.

A aceitação será mais fácil quanto mais próximo daquilo que ela gosta — aparência, cheiro e textura — for o resultado final. Depois de se habituar com o paladar do novo alimento, fica mais fácil variar o modo de preparo.

Não force a barra

Você já deve ter ouvido, principalmente na época da introdução alimentar, que antes de dar um alimento como carta fora do baralho você deve oferecê-lo à criança diversas vezes, certo?

Isso é verdade, mas no caso da criança que apresenta rejeição a determinado alimento, não adianta forçar. Se eu filho não come cebola de jeito nenhum, colocar esse item no prato ou usá-lo na preparação dos outros alimentos não vai ajudar em nada. Só fará com que ele passe a recusar mais alimentos.

Exclua o alimento da dieta e jamais obrigue-o a comer. Dependendo do caso, mais tarde você poderá usar a tática do item anterior para tentar uma aceitação.

Não compare o comportamento seletivo

Aceite a seletividade alimentar do seu filho buscando a melhor maneira de lidar com ela. Comparar o comportamento alimentar dele com o de outras crianças, como irmão ou amigos, não vai ajudar.

Especialmente em público, deve-se evitar expor as dificuldades que ele tem para comer. Em vez disso, é importante tratar a questão com naturalidade, até para encorajá-lo a provar coisas novas.

Observe outras questões

Por trás do comportamento alimentar podem estar outras questões, afinal, a criança pode usar a refeição para chamar a atenção, ou até mesmo para exercer o controle. Por isso, é importante ficar atento à origem do problema.

Como tudo começou? Quando seu filho começou a rejeitar alimentos? Em que situações ele fica mais difícil para comer? A chegada de um irmão, a adaptação escolar e a falta dos pais podem ser alguns fatores que desencadeiam o comportamento seletivo. Assim como algumas crianças começam a desobedecer ou regridem em relação ao desenvolvimento, outras param de comer.

Observe se o seu filho come melhor na creche ou com outra pessoa que não seja você. Quando a criança é realmente seletiva, não importa o cuidado ou ambiente, ela realmente tem aversão aos alimentos.

Agir de forma truculenta, obrigar a comer, punir ou deixar com fome só tumultuará ainda mais a relação da criança com a comida. Criar um ambiente apropriado para as refeições (sem distrações) e limitar alimentos vazios (biscoitos, balas, refrigerantes, doces e etc), priorizando saúde a alimentação infantil é o caminho.

Enfim, é preciso muita paciência para lidar com uma criança enjoada para comer, principalmente porque existe todo um aspecto emocional por trás desse comportamento. O importante é ajudar a criança nesse processo, evitando que essa dificuldade se torne um transtorno alimentar.

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